Confissões de Uma Viciada

segunda-feira, 9 de julho de 2012

CINEMA: O Espetacular Homem-Aranha

Confesso que não houve pessoa mais contra um reboot da franquia do Homem-Aranha do que eu. E não por gostar tanto do original, mas por ter odiado o terceiro filme. Homem-Aranha 3 foi o lixo do lixo. Tudo estava errado: uma poluição de vilões, uma atuação péssima que mais parecia uma obrigação do Tobey Maguire, um Peter Parker emo e no cúmulo do ridículo, e apenas 15 minutos do que deveria ser um dos melhores vilões da trilogia, Venom. Não tinha como não ficar com o pé atrás, depois de tamanha decepção. Mas aí o primeiro trailer saiu, e em apenas um minuto você percebe que Andrew Garfield nasceu pra ser o aracnídeo. E depois que o filme estreou, vi um cara que conseguiu ser em 10 minutos o que Tobey Maguire (ou "cara de cagando quando faz força") não conseguiu em uma trilogia inteira. Mas vamos ao que interessa...


O Espetacular Homem-Aranha conta a vida de Peter Parker de uma maneira diferente do que conhecemos, tanto nos quadrinhos quanto nos primeiros filmes. E isso não é ruim. Neste, Peter não é aquele loser que vimos antes, é um garoto inteligente, sarcástico, irônico, engraçado, mas sozinho (algo como qualquer adolescente). Como todo garoto, ele tem sua paixão, a bela Gwen Stacy, e também em toda escola (até mesmo numa escola para gênios) existe um valentão, Flash Thompson, que faz uso do seu tempo para atormentar Peter e outros estudantes. 

Mas na verdade, a história de Peter é centrada na morte de seus pais Richard e Mary Parker, e no mistério por trás de documentos escondidos da Oscorp, que falam sobre uma fórmula genética de cruzamento entre espécies, para a criação de membros perdidos, tipo braços, pernas etc. Peter, decidido a descobrir mais sobre seus pais, se infiltra na empresa farmacêutica Oscorp. Lá, ele é mordido por uma das aranhas  geneticamente modificadas. Antes disso ele conhece o Dr. Connors, colega sem braço do trabalho de Richard, que junto com o garoto, cria a fórmula "certa" para o desenvolvimento de membros. Connors, sonhando com a possibilidade de ter um braço, se auto injeta com o soro. Porém, algo dá errado e assim vira o Lagarto, uma criatura obcecada em "ajudar" a raça humana a ser como ele: forte e sem defeitos (tirando a beleza¬¬). Cabe ao Homem-Aranha derrotá-lo e por um fim em seu plano.

Diferente, né? Mas como eu disse, isso não é ruim. Pra dizer a verdade é ótimo. Desde o primeiro trailer, as pessoas comparam O Espetacular Homem-Aranha com o primeiro filme de 2002, dizendo que as histórias são exatamente iguais (não é verdade), que colocaram uma Mary Jane loira (pqp, como tem gente burra), que Andrew Garfield nunca será um homem-aranha como Tobey foi (hahahahahahahaha). E o filme saiu pra mostrar que todos estavam errados... todos! E não há nada para comparar a não ser os papéis de Peter, Tio Ben, Tia May e Flash, que são os mesmo da trilogia anterior. Mas vamos falar de coisa boa? Atuações...

Andrew Garfield já era um ator que eu acompanhava a carreira há algum tempo. Não foi pela A Rede Social  (The Social Network), mas por Não Me Deixe Jamais (Never Let Me Go). É um ator brilhante e que merece ser reconhecido por ser talento. Como Peter Parker e o Aranha, ele foi perfeito. Soube mostrar exatamente os sentimentos de um garoto perdido, abandonado, apaixonado, surtado, engraçado, irresponsável e responsável (estou falando de vários momentos do filme), algo que Tobey Maguire simplesmente não soube fazer, e olha que sou fã dos dois primeiros filmes. Andrew Garfield é e sempre será o verdadeiro Homem-Aranha, mesmo que até o próprio não reconheça isso, por puro respeito ao trabalho de Maguire.

Emma Stone... não tenho muito o que comentar, a não ser que simplesmente amo esta mulher (não sou lésbica). Como Gwen Stacy, ela fez algo diferente de Bryce Dallas Howard no terceiro filme. Foi muito bom ver que Emma pôde trazer seu lado cômico, já conhecido por seus fãs. O ódio são as comparações com Kirsten Dunst: "prefiro a Mary Jane", "A outra era melhor", "Por que a Mary Jane ta loira?"... por favor, se matem! Ver um filme do homem-aranha, onde a mocinha não passa o filme inteiro gritando é a melhor coisa do mundo. Lidem com isso. ;-)

A interação entre Martin Sheen e Sally Field como os tios de Peter é, além de convincente, uma delícia de se ver, mostrando compaixão, generosidade e amor com o sobrinho. Junto a Andrew Garfield, fazem o trio perfeito. É com os ensinamentos de Tio Ben, que Peter sofre para aprender o real significado da palavra responsabilidade. Mas e a direção?

Marc Webb tem apenas um único filme no currículo antes deste, a comédia romântica 500 Dias Com Ela (500 Days of Summer). Só isso já seria o suficiente para ficar totalmente com o pé atrás. E então o cara chega e faz um excelente trabalho. Ele soube colocar drama, ação, comédia e romance em um único filme, sem deixá-lo confuso ou cansativo. Na verdade, ele deixou com um gostinho de quero mais :-) Mas ele não fez todo o trabalho sozinho. Coube aos autores, produtores e ao lindo do Stan Lee nos dar de presente coisas que queríamos ver desde os primeiros filmes, como os lançadores de teia e as famosas tiradas sarcásticas do Aranha. Tá tudo lá.

Claro que o filme não é 100% perfeito, nenhum é. Teve seus erros e exageros. A atuação do Rhys Ifans, que a meu ver foi fraca, um Lagarto que poderia ser melhor... Mas o que mais me incomodou, foi a trilha sonora. Estava tão exagerado, que tinha momentos que eu tampava meus ouvidos. E não era por estar alto, era por estar ruim mesmo, principalmente na cena do Aranha vs. Lagarto na escola. Não havia necessidade para uma trilha como aquela. Vamos pensar nisso para o segundo filme, ok, Sony?

Quem for assistir pode estranhar não ter a famosa frase "com grandes poderes, vem grandes responsabilidades", mas vai entender que não era necessário ser dito, pois esta foi simplesmente a mensagem do filme inteiro. Peter age como uma criança quando ganha seus poderes, uma criança com um brinquedo novo. E é com o passar do tempo que ele aprende o real sentido da coisa, de que com grandes poderes, realmente vem grandes responsabilidades, e a maneira como é mostrado foi tão boa que não é preciso palavras para entender. E só um grande filme para fazê-lo bem feito.

Enfim, O Espetacular Homem-Aranha tem tudo para ser o segundo melhor filme de 2012 (Os Vingadores é o melhor e ninguém tira esse posto). É diferente? É. E é isso que o faz ser tão bom. Cabe aos fãs aprender a diferenciar e aceitar esta nova trilogia. Sério, vale muito a pena.

Nome: O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen e Sally Field
Direção: Marc Webb
Gênero: Aventura
Ano: 2012
Nota: 8.8/10


Obrigada, Carlos por me dar a força que eu precisava para voltar com o blog. :-)




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3 comentários:

Cavation disse...

Muito bom Jacqueline! ;D ótimo texto! :) e o filme é realmente tudo isso! rsrs

coisasdamentedocarlos disse...

Perfeito, Jak! Texto muito bom! Honesto!

Fiquei mais ansioso ainda pra ver o filme!! Ia ver hoje, como eu te falei, mas verei nesta quinta-feira.

Obrigada pela dedicatória!!!! :D

Arthur Numeriano disse...

Exatamente isso! Apesar de eu perceber que houve uma aceitação muito grande com relação a esse filme (não tinha como ser diferente, o filme é excelente!), ainda tem gente que precisa ver que o filme não quer apagar o que Sam Raimi nos trouxe com a trilogia original. É a apenas uma nova (e, tenho que dizer, melhor) forma de contar a história de Peter Parker!

O filme é perfeito. Andrew Garfield teve uma química incrível com todos do elenco, não apenas com a Emma Stone. E todos estão incríveis, até mesmo o Rhys Ifans! Só queria que as batalhas fossem um pouco mais longas. E QUERO QUE CONTRATEM OUTRA PESSOA PARA FAZER A TRILHA INSTRUMENTAL!

9/10!

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